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Celebrar Abril em tempo de COVID | Manuel Martins Guerreiro

16/4/2020

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Celebrar Abril em tempo de COVID
MANUEL MARTINS GUERREIRO | MILITAR DE ABRIL

Esta iniciativa do EAC de celebrar Abril nas atuais condições de emergência provocada pela pandemia do novo corona vírus e de grandes dificuldades do projeto do Edifício de Arte Contínua, revela a fibra dos associados do Coletivo A Postos e de outras associações que lutam hoje por valores e princípios intemporais, como nós, militares de Abril, lutámos em 1974.

É bom inspirarmo-nos em exemplos do passado cujos valores continuam presentes nos nossos dias. Vou, por isso, assinalar alguns dos aspetos e singularidades do 25 de Abril que considero mais significativos para o efeito.

A situação do nosso País era então muito difícil. Portugal e a sociedade portuguesa encontravam-se bloqueados e isolados internacionalmente; Portugal sacrificava à guerra a sua juventude, a sua riqueza, deitava fora o tempo necessário e indispensável para a construção do futuro.
O nó do Império sufocava Portugal. Havia que cortar o nó e romper o isolamento, libertar o povo português e acabar com a guerra para que o futuro fosse possível.

Os militares de Abril cortaram os nós que o Império e a Ditadura teceram, conscientes que essa era a forma de permitir o início do futuro em liberdade e democracia.

Portugal teve a sorte histórica de dispor naquele momento de um conjunto de jovens militares, com suficiente capacidade de decisão e experiência de guerra, para realizarem em estreita sintonia com o povo uma das mais belas jornadas da nossa História.
Foi das Forças Armadas, um dos pilares do regime corporativo e fascista português que surgiram os improváveis libertadores do povo.

Que a força libertadora saísse dos militares e que estes tivessem elaborado um programa político democrático e progressista não havia sido previsto pelo regime derrubado nem pelos teóricos das revoluções, nem sequer pelos oposicionistas que no terreno lutavam há muitos anos contra a ditadura.

O processo de amadurecimento e preparação da ação militar foi relativamente rápido devido à capacidade de decisão, de experiência de combate e de cultura profissional comum dos jovens militares. Foi mais  difícil e disperso o processo de formação e aquisição de capacidade e conhecimentos políticos que permitiram a elaboração do Programa do MFA, este processo é bem mais lento e profundo no entanto foi possível fazer convergir as duas capacidades: militar e política e iniciar um processo de grande originalidade de transformação da sociedade portuguesa.

Para a tomada de consciência política sobre a sociedade e as suas formas de governo, organização participativa e democrática tiveram particular importância a dimensão cultural, a criatividade, a arte e as suas diferentes formas de expressão.

Posso dizer-vos quanto foi para nós importante, no âmbito da Marinha, termos tomado a iniciativa e conquistado uma certa hegemonia cultural no meio onde trabalhávamos e nas diferentes associações a que pertencíamos, isso foi uma enorme mais-valia para a condução do processo nos anos de brasa de 1974/75. A dimensão cultural foi e é mais importante do que se pode pensar.
A conquista da liberdade e a consolidação da democracia não foi um processo fácil, foi mesmo muito difícil.

Foram as dimensões ética, cultural e estética do 25 de Abril que o projetaram internacionalmente com grande força e lhe deram um significado que ultrapassou muito as fronteiras de Portugal e das colónias, com repercussões em toda a Europa, África e América Latina.

O 25 de Abril e os jovens militares fizeram história em Portugal e Portugal fez história no mundo, inspirando novos movimentos de democracia e liberdade. O 25 de Abril tornou-se um fator da nossa identidade, valorizou o ser português, isso sentiu-se de forma muito vibrante nos emigrantes portugueses na Europa e na América. Os valores de Abril passaram a ser património de todo um povo e de todas as nossas comunidades de emigrantes.

O 25 de Abril projetou de novo Portugal para a História, reencontramos o nosso caminho e a capacidade de fazer a ligação e o encontro de diferentes culturas, de colaboração e cooperação com outros povos para a construção de um mundo mais pacífico e solidário.

O COVID19 e a forma como estamos a responder veio de novo evidenciar as qualidades e as características de um povo singular, capaz de superar situações difíceis e se adaptar a novas condições.
Projetos como o protagonizado pela Associação Coletivo A Postos com pessoas com a vossa força, juventude, generosidade e criatividade são garantia da continuidade dos valores de Abril, da nossa capacidade de superar obstáculos, encontrar saídas e soluções de todo inesperadas ou impensáveis para os que se julgam donos do sucesso e das sociedades.

Os jovens, como vós, que se orientam por princípios que valorizam a cultura, a liberdade, a criatividade e a democracia são a semente da sociedade colaborativa, humanista e solidária. 
Não será fácil, nada com valor para além do dinheiro é fácil, mas vale a pena. É uma referência e um avanço para novas realizações de Abril.

Tenho plena confiança na vossa capacidade para encontrar novos caminhos e soluções. Não vamos desistir perante os obstáculos e as dificuldades. Não são o vírus que provocou a COVID19 ou os vírus do egoísmo e da arrogância seja de quem for que nos deterão.

Manuel B. Martins Guerreiro                               Abril 2020

#AbrilEmCasa #liberdade #cidadania #cultura #História #25Abril
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    #25acomemorarAbril

    Como somos uma casa, que não se quer margem, mas antes ponto de encontro e convergência, resolvemos desafiar quem tem “habitado” este projecto para comemorar Abril connosco.
    Representar e falar da liberdade conseguida em Abril de 1974 neste Abril de 2020 foi o desafio lançado.
    Durante 25 dias celebraremos 25 liberdades e esperamos que nos acompanhem!

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